No artigo anterior, conversamos sobre o que é o método Kanban (você pode conferí-lo aqui). Depois que colocamos toda a nossa realidade no Quadro Kanban e começamos a rodar o método, não apenas os gestores, mas também o próprio time ágil (na área de software chamamos de time de desenvolvimento) começarão a questionar processos, propor mudanças e definir métricas para a medição de produtividade e de geração de valor para o cliente.
Uma dessas métricas se chama Lead Time.
Já entendemos no artigo anterior que o Kanban irá nos ajudar a melhorar continuamente, não é mesmo? Para sabermos onde estamos e para onde queremos ir, precisamos medir o nosso progresso para identificarmos se estamos ou não melhorando.
Sendo assim, o Lead Time é o tempo que uma determinada demanda (ou tarefa) passa por todo o fluxo de processo de trabalho, ou seja, é o tempo que esta demanda leva desde o momento em que o pedido foi aberto pelo cliente até a sua finalização e entrega, gerando valor para o nosso cliente.
Sendo assim, vamos imaginar que uma demanda foi aberta pelo cliente no dia 01/01. O time ágil analisou, desenvolveu, testou, validou com os usuários-chaves do cliente e entregou a demanda pronta no dia 05/01. Então, o Lead Time foi de 4 dias.
Fórmula do Lead Time (LT):
LT = (Data da Entrega) – (Data do Pedido da Demanda)
LT = (05/01) – (01/01)
LT = 4 dias
Agora você deve estar me perguntando “Isso tu calculastes para uma entrega. E se eu tenho um time ágil que realiza diversas entregas em um período de 30 dias. Como eu controlo isso?”

Uma ação é, ao aplicar a fórmula acima, colocar essas entregas em um gráfico, conforme a imagem acima, onde verificaremos a tendência das nossas entregas.
Observem que no eixo X temos as datas que as demandas entraram em produção e no eixo Y temos a quantidade de dias que as tarefas demoraram para entrar em produção. No gráfico acima, verificaremos que no dia 01/01 colocamos em produção duas demandas, onde uma demorou 2 dias e a outra 7 dias para entrar em produção. Já no dia 02/01 colocamos em produção 1 demanda e demorou 1 dia para entrar em produção. No dia 03/01 colocamos duas demandas em produção, onde uma demorou 3 dias e a outra 5 dias para entrar em produção. No dia 04/01 colocamos em produção 1 demanda e demorou 1 dia para entrar em produção. E, finalmente, no dia 05/01 colocamos 2 demandas em produção, onde uma demorou 3 dias e a outra 7 dias para entrar em produção.
Entretanto, aqui temos um ponto de atenção e ilustramos no gráfico abaixo:

Notem que destacamos algumas entregas, que são as que demoraram mais tempo, ou seja, estão se destacando de uma maneira ruim.
Aqui é a parte interessante e empolgante deste gráfico de Lead Time. O time ágil pode se reunir diante deste gráfico, nas reuniões diárias ou na Reunião de Retrospectiva de Sprint, para discutir o que está acontecendo.
“Será que foi uma falha de especificação?”
“Será que faltou algum teste mais aprofundado?”
“O cliente demorou para validar a entrega, criando um gargalo na produção do time?”
“Ocorreu algum problema interno que causou algum impedimento na continuidade do processo produtivo?”
Perceba que aqui há uma grande oportunidade de melhoria e crescimento de todo time ágil. E podemos fazer uma grande pergunta-chave:
“O que nós como um time ágil podemos fazer para reduzir o nosso Lead Time?“
Espero que este artigo tenha contribuído para o seu crescimento e que possa levar essas ideias para o seu time ágil, independente do segmento da sua organização. Lembre-se que o intuito é como nós podemos melhorar a cada dia para gerar mais valor para os nossos clientes, para as nossas organizações e para a nossa sociedade.
Um grande abraço.