No ambiente empresarial, a contratação de um funcionário se dá, geralmente, pela análise de seus conhecimentos, habilidades e atitudes. Os profissionais da área de Recursos Humanos chamam essa tríade de competências de CHA.
Sulivan França, presidente da SLAC Coaching, nos ensina que:
- Conhecimento é o saber, é o que as pessoas aprendem nas escolas, nas universidades, nos livros, no trabalho e, especificamente, em suas vidas.
- Habilidades é colocar em prática tudo aquilo que obteve de conhecimento. É o saber fazer.
- Atitudes é o querer fazer, ou seja, é juntar os conhecimentos e as habilidades para entregar resultados aos objetivos esperados.
Sendo assim, um líder será aceito pelo time por diversas características, mas uma muito importante é a experiência que ele tem em determinada área em que o seu time está inserido. Por exemplo, um time de vendas irá respeitar e admirar o seu líder se ele possui experiência, liderança e resultados comprovados nesta área. Será muito difícil esse time de vendas respeitar e admirar um profissional que nunca teve experiência nessa área, por mais esforçado que ele seja. Nesse mundo corporativo, essa falta de experiência não é tolerada.
Entretanto, observando o ambiente político, principalmente para cargos majoritários (prefeito, governador e presidente) é percebido que o discurso subjetivo, mas inflamado, conquista mais a mente das pessoas do que a sua experiência em gestão, especialmente, a gestão pública. Independente de ideologia, ética ou afiliação partidária, a vitória do nosso presidente atual, Jair Bolsonaro, se deu mais pelos seus discursos inflamados do que pela sua experiência em gestão pública. No entanto, apenas a sua experiência como vereador e deputado federal está evidenciando que ele não é a pessoa ideal para ocupar um cargo de tamanha alçada.
Analisando outras personalidades políticas que ocuparam ou ainda ocupam cargos de gestão, podemos perceber que algumas características são similares entre eles e que faltam em nosso atual presidente. São elas:
- Ser um estadista.
- Ser um governante sensível à situação do povo.
- Apresentar grande cultura geral.
- Promover o diálogo e capacidade para se relacionar com todos.
- Ser diplomático.
- Compreender a macroeconomia.
- Saber delegar.
- Apresentar o CHA para gestão pública.
- Ter autocontrole.
- Ser íntegro.
- Se adaptar às circunstâncias, harmonizando o próprio comportamento à exigência dos tempos.
Vejamos agora a experiência de algumas personalidades políticas antes de assumirem cargos majoritários:
- Juscelino Kubitschek
Antes de se tornar presidente da República, ele foi prefeito de Belo Horizonte, deputado federal, governador de Minas Gerais e senador pelo Estado de Goiás.
- João Figueiredo
Militar, antes de se tornar presidente, assumiu posições de gestão, sendo Ministro-Chefe do Gabinete Militar e Chefe do Serviço Nacional de Informações.
- Fernando Henrique Cardoso
Reeleito presidente do Brasil, é graduado, mestre e doutor em sociologia, foi senador pelo Estado de São Paulo, Ministro das Relações Exteriores e Ministro da Fazenda do Brasil.
- João Doria
Atual governador do Estado de São Paulo, foi diretor na Rede Bandeirantes, Secretário de Turismo na prefeitura de São Paulo, foi Presidente da Embratur, lidera o Grupo Doria (Comunicação e Marketing) e o Grupo de Líderes Empresariais – LIDE.
Observando a experiência corporativa e política de pessoas que obtiveram sucesso em suas vidas, é comprovada a existência de oportunidades e posições que foram conquistadas degrau a degrau. O conjunto do CHA aumenta a chance de uma pessoa, ao alcançar uma posição de liderança, a obter sucesso em seus empreendimentos. Uma pessoa que tem atitude, mas que lhe falta conhecimento e habilidade, dificilmente obterá algum resultado satisfatório. Podemos citar a derrocada da ex-presidente Dilma Rousseff que, poderia até possuir conhecimento em economia, mas apresentou falta de habilidade política e de gestão, falta de conhecimento da relação entre os 3 poderes, aliada a falhas de comunicação.
Como cidadãos patrióticos, não desejamos mal à pessoa do presidente Jair Bolsonaro. No entanto, queremos que ele seja um verdadeiro estadista, pois no atual momento, ele está deixando a desejar, conduzindo o nosso país de maneira desarticulada, isolando o nosso país no cenário internacional, não promovendo a harmonia entre os 3 poderes, agredindo verbalmente diversos segmentos da sociedade, demonstrando claramente uma insegurança em governar por sua falta de habilidade em gestão e está se deixando levar pelas emoções e não pela razão.
Também esperamos que os cidadãos brasileiros, assim como observam no ambiente corporativo, também observem o CHA dos candidatos que se apresentam pedindo o nosso voto. O mundo atual não admite que escolhamos pessoas incompetentes. A experiência vale mais do que belos (mas, vazios) discursos.
Que o nosso país, no futuro, seja conduzido apenas por pessoas competentes e não mais por oportunistas e charlatões que nunca produziram algo de valor para a sociedade, e apenas mamaram nas “tetas da Mamãe-Estado”.
Bibliografia:
https://www.slacoaching.com.br/artigos-do-presidente/conhecimento-habilidades-e-atitudes
https://pt.wikipedia.org/wiki/Estadista
https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/governo-de-joao-figueiredo/
https://www.saopaulo.sp.gov.br/orgaos-e-entidades/governador/
https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/fernando-henrique-cardoso.htm
https://www.infoescola.com/historia/governo-de-juscelino-kubitschek/